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VELHO DITADO CHINÊS:
"SE O HOMEM ERRADO USA OS MEIOS CERTOS,
OS MEIOS CERTOS FUNCIONAM DE MANEIRA ERRADA".
A paixão ocidental pelas disciplinas orientais tem frequentemente como resultado,
um transplante artificial dos valores orientais para o solo ocidental, levando a uma espécie de
"materialismo espiritual".
Assim como a Hidra mítica, cuja cabeça cortada é sempre substituida por duas outras,
o ego perpetuamente idêntico a si mesmo, enfadonho e ansioso por transcendência,
parece reemergir fortalecido e solidificado , como resultado direto da tentativa
metódica de diminuí-lo.
As pessoas irão praticar yoga, observar regimes estritos de dieta, repetir mecanicamente textos místicos -
somente por causa da descrença em qualquer coisa boa que pudesse advir de suas próprias almas.
Ao invés de tomar emprestado negligentemente os tesouros do Oriente,
talvez devessemos - primeiro - tentar modelar nossas vidas a partir
de nossas próprias raízes psíquicas?
O espírito enraizado no Oriente, uma vez arrancado e importado para o Ocidente
aqui chega privado de seu rico solo imaginal, esterilizado e cheirando a sándalo?
Paixão Silenciada - by Rosan
Segundo Roberts Avens (Imaginação É Realidade - Vozes - 1993):
"Primeiro imaginação, depois espírito.
Não há, entretanto, nenhuma espiritualização sem imaginação porque, no fim,
é a imaginação que "imagina" o espírito, mesmo quando o último finge
ser independente da imaginação;
pois a independência ou separação espiritual, como tudo o mais criado pelo homem,
é um produto e uma fantasia da alma.
(...) A alma NÃO existe separada do que faz,
incluindo suas configurações espirituais e materiais,
Nem é ela um conglomerado de espírito e matéria.
A alma está precisamente , absolutamente, francamente no meio (esse in anima).
Este é o mysterium tremendum et fascinans:
a alma, que estritamente não é, dota tudo o mais com ser e sentido.".
A Chuva - by Rosan
Fica a dúvida e a pergunta:
O homem ocidental faria qualquer coisa para evitar encarar sua própria alma?
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Rosanna Pavesi/Julho 2019.