Fonte: WEB
LENDAS SOBRE A ORIGEM DA ESPERANÇA...
"Na Índia, a esperança pertence a Maia, a grande Deusa, que nos tenta
com a roda da ilusão.
Como Maia, a esperança tece as incontáveis fantasias de nosso destino.
Somos apanhados numa teia de esperanças que é a vontade de viver,
experimentada como projeções rumo ao futuro.
Como emoção fundamental, a esperança de Maia seria o que a
psicologia moderna chama de a função projetiva da psique,
que nunca nos abandona enquanto formos vivos.,
induzindo-nos para a frente.
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No Ocidente, Pandora é a contrapartida de Maia.
As lendas de criação de ambas mostram paralelos.
Na Grécia, Zeus fez Pandora como uma estátua de tamanho humano,
pintada com a beleza, o primeiro "doce engano", dotada de virtudes
por vinte das divindades gregas.
Na Índia, a Grande Deusa tomou forma como um produto
composto pelo panteão hindu reunido para salvar o mundo do desespero.
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Em outra lenda, apareceu sob forma de Aurora; e então, como Sati,
foi modelada por Brahma na presença de vinte divindades para tentar Shiva,
afastando-o do isolamento ascético, de modo que o eterno jogo da vida
pudesse continuar, procriando e esfoliando sem cessar.
Associadas às deusas grega e hindu estão todas as loucuras e vícios
da paixão humana e todas as energias criativas
(Shiva e Brahma; Prometeu, Hefesto, Zeus).
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Pandora, em sua forma original, era representada por uma jarra ou vaso grande.
Esse vaso, tornou-se uma caixa na tradição posterior.
No vaso de Pandora, jazem escondidos todos os males do mundo.
Quando este foi aberto (e ele deve sê-lo inevitavelmente da mesma maneira
que Eva trouxe o Pecado ao mundo ao ceder à tentação do proibido)
voaram para fora todos os males, todos menos a Esperança.
A criação do mundo fenomenal da ilusão é semelhante na Grécia,
na índia e no Velho Testamento.
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A lenda de Pandora narrada por Hesíodo diz-nos que a esperança é um dos males que estava
no vaso e é o único que permanece aí dentro.
Fica escondida onde não é vista, ao passo que todos os outros males,
fantasias e paixões são as projeções que encontramos fora, no mundo.
Esses podem ser recapturados, integrando-se as projeções;
mas a esperança está dentro, ligada ao próprio dinamismo da vida.
Onde há esperança, há vida.
Nunca podemos confrontá-la diretamente, do mesmo modo que
não podemos agarrar a vida, pois a esperança é o anseio de viver no amanhã,
O DEBRUÇAR INSENSATO NO FUTURO...
Vai, vai, vai..."
(J. Hillman em Suicídio e Alma - Vozes - 1993).
Onde a vida está, há esperança. E esta esperança é a própria vontade de viver,
o desejo de futuro - ou como a define o dicionário: "esperar com desejo".
Como poderíamos continuar sem ela? O que é o amanhã sem ela?
Como já disse Carlos Drummond de Andrade:
... como viver em termos de esperança?
... e que palavra é essa que a vida nunca alcança?
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Rosanna Pavesi/Dezembro 2018