Sem título - Fonte: WEB
AS PAIXÕES HUMANAS...
Uma pequena história leve, despretensiosa e bem humorada, - aparentemente anônima - que,
como o própria autora diz, ela emendou, remendou e enfeitou um pouco
e que agora é "nossa"...
"Certo dia as Paixões Humanas se reuniram para brincar...
Depois que o Tédio bocejou três vez
porque a Indecisão não chegava a conclusão alguma
e a Desconfiança estava tomando conta de todos,
a Loucura propôs que brincassem de esconde-esconde.
By M. Rothko
A Curiosidade quis saber todos os detalhes do jogo,
e a Intriga começou a cochichar com os outros, dizendo que
certamente alguém iria trapacear.
By M. Rothko
O Entusiasmo saltou de contentamento e convenceu
a Dúvida e a Apatia, ainda sentadas num canto,
a entrarem no jogo.
By M. Rothko
A Verdade achou que isso de esconder não estava com nada,
a Arrogância fez cara de desdém, pois a ideia não tinha sido dela,
e o Medo preferiu não se arriscar:
"Ah, gente, vamos deixar tudo como está",
e como sempre perdeu a oportunidade de ser feliz.
By M. Rothko
A primeira a se esconder foi a Preguiça, deixando-se cair no chão
atrás de uma pedra, ali mesmo onde estava.
O Otimismo montou no arco-íris,
e a Inveja se ocultou junto com a Hipocrisia, que sorrindo fingidamente
atrás de uma árvore estava odiando tudo aquilo.
By M. Rothko
A Generosidade quase não conseguia se ocultar porque era grande
e ainda queria abrigar meio mundo,
a Timidez ficou paralisada pois já estava mais do que escondida em si mesma,
a Sensualidade se estendeu ao sol num lugar bonito e secreto
para saborear o que a vida lhe oferecia,
porque não era nem boba nem fingida.
By M. Rothko
O Egoismo achou um lugar perfeito, onde não cabia ninguém mais.
A Mentira convidou a Inocência para mergulharem
no fundo do oceano, onde a inocente acabaria afogada,
a Paixão meteu-se na cratera de um vulcão ativo,
e o Esquecimento já não sabia o que estavam fazendo ali.
By M. Rothko
Depois de contar até 99, a Loucura começou a procurar.
Achou um, achou outro, mas ao remexer num arbusto espesso
ouviu um gemido:
era o Amor com os olhos furados pelos espinhos.
A Loucura o tomou pelo braço e seguiu com ele,
espalhando beleza pelo mundo..
Desde então o Amor é cego e a Loucura o acompanha:
juntos fazem a vida valer a pena..."
By M. Rothko
A autora ainda acrescenta:
"Mas isto não é coisa para os queixosos, os pusilânimes
e os demais rígidos, ou aqueles para quem a felicidade é um
bem proibido por deuses severos..."
((Lya Luft em Em Outras Palavras - Ed. Record - 2006).
Fonte: WEB
Concordo com a autora:
Não, não é mesmo...
Rosanna Pavesi/Abril 2018
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