quinta-feira, 1 de maio de 2014

FRAGMENTOS...


FRAGMENTOS...


C.G. Jung (Fonte: Web)

As CARTAS, como são hoje conhecidas, representam um complemento e uma espécie de comentário da obra de C.G. Jung.

A seguir, alguns fragmentos que me pareceram significativos e que compartilho...


CARTAS
 1906-1945 - Volume I

Vozes, 2001


By A. Piza


To Francis Wickes/EUA - 06.11.1926

Ninguém está livre do sofrimento enquanto  nada na torrente caótica da vida.
(...) Não existe nenhuma dificuldade em minha vida que não seja exclusivamente eu mesmo.
Ninguém deverá carregar-me  (
grifo nosso)
enquanto eu puder manter-me sobre meus próprios pés...


By A. Piza


Ao Dr. Paul Maag/Adelboden, Suiça - 12.06.33

(...) Minha atitude subjetiva (grifo nosso)  é respeitar toda convicção religiosa, mas traço uma rigorosa linha divisória entre o conteúdo da fé e as exigências da ciência
.
Considero imprópria a mistura dessas incomensurabilidades.
Considero também pretensioso atribuir ao conhecimento humano uma capacidade que ultrapassa comprovadamente os seus limites.


(...) O que a humanidade denominou Deus desde os tempos mais antigos é simplesmente o inescrutável  
(grifo nosso).
Como vê, sou totalmente incorrigível e incapaz de fazer uma mistura de teologia e ciência...



By A. Piza


À Sra. R./Suiça - 15.12.1933

Suas perguntas são irrespondíveis, pois a senhora quer saber como se deve viver.
A gente vive como pode.

Não existe um único caminho determinado para o indivíduo, que lhe fosse prescrito ou adequado.
(...) Se quiser trilhar  seu caminho próprio, então será o caminho que a senhora há de fazer, que não é prescrito por ninguém, que não se conhece de antemão mas que surge simplesmente por si mesmo quando se dá um passo depois do outro.


Se fizer sempre aquilo que se apresenta como o passo seguinte,
então andará da forma mais certa e segura ao longo das linhas prescritas pelo seu inconsciente.
Aí não adianta nada especular sobre o que se deve viver.
Sabe-se então também que isto não se pode saber.


O importante é fazer silenciosamente a coisa mais próxima e mais necessária.
(...) Quando se faz com convicção o mais próximo e o mais necessário, então se faz sempre o que tem sentido de acordo com o destino.

By A. Piza


To P.W.Martin/Colwyn Bay/North Wales/Inglaterra - 28.08.1945

(...) O senhor tem razão em dizer que o interesse principal do meu trabalho não está no tratamento das neuroses, mas numa aproximação do numinoso (grifo nosso).
O fato é que o acesso ao numinoso é a verdadeira terapia e na medida em que se chega às experiências numinosas, há uma libertação da maldição da doença.
A própria doença assume um caráter numinoso.




As nossas " rachaduras" são ouro puro...
Imagem: web


AS CARTAS cairam no meu colo... 
Isto costuma ser frequente... Respeito...
Há com certeza algo que preciso ler, ou reler, como é o caso aqui...

Carregar a si mesmo, teologia e ciência, como se deve ou pode viver, o caminho a seguir, a doença e o numinoso...
Questões que têm estado particularmente presentes ultimamente...
Um bem-vindo material...

Boa leitura e boa reflexões, caso estas questões também lhe toquem e afetem...

Rosanna Pavesi/Maio 2014

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