quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

ECOLOGIA E ARTE

Frans Krajcberg

ECOLOGIA E ARTE

 Frans Krajcberg,  pintor, escultor, gravador, fotógrafo e artista plástico, nascido na Polônia (12/04/1921) e naturalizado brasileiro. 
Estudou engenharia e artes na Universidade de Intgrad. Residiu na Alemanha, prosseguindo seus estudos na Academia de Belas Artes de Stuttgart.


Chegou ao Brasil em 1948, vindo participar da oitava Bienal de São Paulo em 1951. Entre 1948 e 1954 viveu entre as cidades de Paris, Ibiza e Rio de Janeiro, onde produziu os seus primeiros trabalhos, fruto do contato direto com a natureza.


Na década de 1950 morou em uma caverna no Pico da Cata Branca, região de Itabirito, no interior de Minas Gerais. Alí na região, à época, era conhecido como o barbudo das pedras, uma vez que vivia solitário, sem conforto, enquanto produzia incessantemente gravuras e esculturas em pedra.

Em 1964 executou as suas primeiras esculturas com madeiras de cedros mortas. Realizou diversas viagens à Amazônia e ao Pantanal Matogrossense, fotografando e documentando os desmatamentos, além de recolher materiais para as suas obras, como raízes e troncos calcinados.





Na década de 1970 ganhou  projeção internacional com as suas esculturas de madeira calcinada. A sua obra reflete a paisagem brasileira, em particular a floresta amazônica, e a sua constante preocupação com a preservação do meio-ambiente.









  A partir de 1972, Krajcberg radicou-se no sul da Bahia, mantendo seu ateliê no Sitio Natura, no município de Nova Viçosa. Chegou alí a convite do amigo e arquiteto Zanine Caldas, que o ajudou a construir a habitação: uma casa, a sete metros do chão, no alto de um tronco de pequi de 2,60 metros de diâmetro.    




No sítio, uma área de 1,2 Km quadrados, um resquício da Mata Atlântica e de manguezal, o artista plantou mais de dez mil mudas de espécies nativas. O litoral do município é procurado, anualmente, no inverno, por baleias-jubarte. No sítio, dois pavilhões projetados pelo arquiteto Jaime Cupertino, abrigam atualmente mais de trezentas obras do artista. Futuramente, com mais cinco construções projetadas, pretende-se construir o Museu que levará o nome do artista.



Ao longo de sua carreira, o artista denunciou queimadas no estado do Paraná, denunciou a exploração de minérios no estado de Minas Gerais, denunciou o desmatamento da Amazônia brasileira, defendeu as tartarugas marinhas que buscam o litoral do município de Nova Viçosa para desova, entre outras...

(Fonte imagens: Google)


Para quem quiser saber mais, acessar o site: http://www.frans-krajcberg.com/


Uma homenagem à poética de uma vida longa, associando arte e ecologia...

Rosanna Pavesi/jan.2012

SOBRE OS SONHOS QUE SONHAMOS ACORDADOS...


Cidade de Sonho - Rosan

SOBRE OS SONHOS QUE SONHAMOS ACORDADOS...


 Gostaria de propor uma reflexão sobre os sonhos que sonhamos acordados, aqueles sonhos que tecemos para nos e nossa vida, a partir da frase de Mario Quintana que norteia esse blog, a saber:

                              "Uma vida não basta ser vivida. Ela precisa ser sonhada..."

O que seria sonhar uma vida? Qual a diferença entre uma vida só vivida e uma vida vivida e sonhada?
A meu ver, se só viver não basta, também só sonhar  não basta...Devemos sim sonhar, fazer planos, mas também precisamos ter a coragem de realizá-los, com a ousadia que nossos sonhos reclamam para si...

É sabido que os pais já tecem sonhos a respeito do futuro dos filhos até mesmo antes deles nascerem; de forma que, por certo tempo, "vivemos" dos sonhos que nossos pais projetaram sobre nos... Mas vamos crescendo e somos chamados a tecer nossos próprios sonhos, nos apropriar deles e construir nosso futuro.

Cada etapa da vida possui um foco prioritário, com seus sonhos e projetos e com seus desafios, escolhas e posicionamentos específicos, que vão desde a definição de nossa identidade sexual, vocacional e
 profissional, posicionamentos políticos e religiosos, planejamento de carreira, até a escolha de nosso estilo de vida e estado civil:  casar (ou não), ter filhos (ou não), mudar de cidade ou de país (ou não), mudar de profissão (ou não) e assim por diante.

Às vezes, nos deparamos com "uma pedra no caminho", como diria o poeta Carlos Drummond de Andrade...Neste caso, é sabio não chutar a pedra, mas sim conversar com ela, perguntar a que veio e ter a coragem de escutar o que a pedra tem a dizer... Pois aquilo que a primeira vista pode parecer um problema, pode ser na verdade uma grande oportunidade. Devemos aprender a acolher a pedra com gratidão...

Em seu livro O Valor do Amanhã  (São Paulo, SP, Edit. Companhia das Letras, 2005) Eduardo Giannetti retoma a fábula da Cigarra e da Formiga e escreve sobre a realidade dos juros e como ela se manifesta em todas as situações da vida prática nas quais os valores presentes e futuros medem forças em nossas escolhas e ações. O autor encerra seu livro com uma bela passagem sobre os sonhos que sonhamos acordados que transcrevo a seguir, por acreditar ser pertinente:

"... Os indivíduos perecem, mas a sociedade a que pertencem - obra aberta que une na mesma trama os valores dos mortos, dos vivos e dos que estão por vir - segue em frente. O passado condiciona, o presente desafia, o futuro interroga.

A previsão lida com o provável e responde à pergunta: O que será?
A delimitação do campo do possível lida com o exeqüivel, e responde à pergunta: O que pode ser?
E a expressão da vontade lida com o desejável e responde à pergunta: O que sonhamos ser?

As relações entre esses modos de conceber o futuro não são triviais: de um lado está a lógica: o desejável precisa respeitar a disciplina do provável e do possível. Mas, do outro lado, está o sonho. Se o sonho desprovido de lógica é frívolo, a lógica desprovida de sonho é deserta. Quando a criação do novo está em jogo, resignar-se ao provável ou ao exeqüível é condenar-se ao passado e à repetição.

No universo das relações humanas, o futuro responde à força e à ousadia do querer. A capacidade de sonho fecunda o real, reembaralha as cartas do provável e subverte as fronteiras do possível.

                                                           Os sonhos secretam futuro. "

É bom lembrar que todas as invenções e descobertas da humanidade foram consideradas, em algum momento, impossíveis...
Quando nossas ações respondem ao apelo de nossos sonhos, encontramos significado em nossa vida e descobrimos sentido em nosso fazer: fazemos com paixão... Quando perdemos nossa capacidade de sonhar, sobram apenas tarefas...
De forma que, talvez, jamais se permitir sonhar acordado, ousar, apostar, arriscar, ou jamais se atrever, possa vir a ser a pior aposta possível.

E se algum sonho ou imagem de fantasia se apresentar, fique com ele/a...Ele/a tem algo a lhe dizer, isso lhe diz respeito... Construa uma ponte entre a realidade psíquica e a realidade terrena pois, afinal, não são dois mundos separados, são apenas as duas faces de uma mesma realidade: a sua...


Quintana tinha razão... Por isto o nome do blog é Oficina de Sonhos, uma Oficina que se quer desejante e participante de "secretar futuro", assim como outros já fizeram no passado, o fazem no presente, cada qual a seu modo e, espero, continuarão fazendo no futuro...

                               Sim: Uma vida não basta ser vivida. Ela precisa ser sonhada...


Rosanna Pavesi/jan.2012

SOBRE SONHOS...

PEDRA DE BOLLINGEN



Face Posterior



Face Anterior




Face anterior da Pedra de Bollingen, esculpida por C.G. Jung. A pequena figura no centro é a pupila (você mesmo) que você vê no olho de outra pessoa. A inscrição grega, traduzida por Jung, diz o seguinte:

"O tempo é uma criança - brincando como uma criança - brincando sobre um tabuleiro de xadrez - o reino da criança. É Telésforo, que erra pelas regiões sombrias do cosmos e brilha como uma estrela elevando-se das profundezas. 
Ela indica o caminho para as portas do sol e para a terra dos sonhos". 
(C.G. Jung, Memories, Dreams, Reflections -p.227) 






Cidade de Sonho - Rosan

SOBRE SONHOS...

Desde a Antiguidade os sonhos sempre despertaram o interesse da humanidade.
Na Antiga Grégia havia o processo de incubação de sonhos nos Santuários de Asclépio, o deus da cura.
As pessoas  que procuravam os Santuários estavam  sofrendo e doentes.
Lá chegando, subtemiam-se a ritos de purificação e eram convidadas a dormir no Templo.
Alí deveriam esperar ter "o sonho certo". Tendo o sonho certo, a pessoa despertava curada...

Na Tradição Judaico-Cristã, o sonho aparece muitas vezes em forma de revelação ou profecia, como na história de José do Egito, que escapa da sanha do Faraó antecipando os desígnios de Deus através de sonhos premonitórios.

Através dos séculos, a Religião, a Filosofia, a Medicina e mais recentemente a Psicologia se encarregam de tentar desvendar os segredos desta experiência absolutamente universal do ser humano.

No Universo das Artes, o sonho serve de inspiração a criadores das mais diversas formas de expressão: na literatura, nas artes plásticas, na música, no drama. Mas foi noséculo XX que a expressão onírica tomou forma nos quadros e esculturas surrealistas, no cinema de imagens, nas narrativas não-lineares.

Acolhendo o sonho -  O sonho é feito de um material tênue, delicado, que se revela, ganha vida e atua apenas quando nos importamos com ele, quando nele depositamos nossa atenção e energia. Saber acolher essas "visitações" com interesse e atenção profundos e verdadeiros é fundamental.

Também importante é criar o clima propício, ou seja, a atmosfera adequada, respeitosa e confiante, para que o sonhador possa se depositar, trazendo as suas imagens com a intensidade emocional que elas possuem. Para "sentir o sonho" é necessário despir-se de todo o saber, de toda a leitura, de todas as idéias preconcebidas. É preciso ficar com as imagens, deixá-las falar, se expressar, se desdobrar, ouvir e ver através delas, deixar-se afetar por elas, pois a princípio elas já contêm tudo de que precisam...


Rosanna Pavesi/jan.2012

2012: O ANO DO DRAGÃO DE ÁGUA NA TRADIÇÃO CHINESA

O ano de 2012 será regido pelo Dragão do elemento Água. Seu início será no dia 23 de janeiro de 2012 e seu término se dará no dia 09 de fevereiro de 2013.



            Na Astrologia chinesa, o Dragão (LÓNG) é um signo poderoso que representa a vitalidade, o entusiasmo, o orgulho, a extravagância e os ideais elevados. 
          O Dragão do conceito chinês é muito diferente da imagem ocidental elaborada culturalmente. Como coloca Joseph Campbell em "o Poder do Mito", nossos dragões são egoístas, tomam e guardam os tesouros e donzelas para si e não permitem a vivência do prazer. O Dragão Chinês é símbolo da Abundância, é generoso e festivo. Além disso, o Lóng é formado por partes de outros animais, tendo olhos de tigre, corpo de serpente, patas de águia, chifres de veado, orelhas de boi, bigodes de carpa, enquanto o Dragão Ocidental é um quadrúpede, retratado como mau.
             O Dragão é um dos quatro animais sagrados da Mitologia Chinesa (que junto do tigre, da fênix e da tartaruga foram auxiliares de Pan Ku, o deus criador, na criação do mundo), associado mais diretamente ao elemento Madeira, do movimento ascendente e expansivo, da Primavera, do Masculino, das Funções do Fígado e da Vesícula Biliar. Apesar disso, é associado à água, sendo mestre das chuvas e das divisões de rios e lagos. Também possuem o dom de organizar e desorganizar o Tempo na sua relação com os Homens.
               Os Dragões Chineses aparecem em diversas cores, tendo normalmente quatro dedos em suas patas, exceção feita ao Dragão Imperial (Amarelo) que tem cinco dedos (os cinco elementos da filosofia taoísta) e segura entre eles uma pérola (yoku), representando a totalidade (como na escultura representada acima). O Dragão preto (água) e o vermelho (fogo) são mais agressivos e destrutivos, por isso algumas previsões para este ano apontam para a possibilidade de desastres naturais (envolvendo água) e conflitos em nível pessoal e coletivo.
              Costumamos associar a China ao Dragão, mas este é um símbolo pouco usado no país - a imagem do  Panda Gigante é muito mais comum. 
                 


            2012 - No Ano que lhe pertence, o espírito indomável do dragão tornará tudo maior na própria vida. Será sábio não subestimar ou queimar todos os nossos potenciais neste ano combustível. As coisas parecem melhor do que realmente são.
            Os orientais consideram que este é um ano auspicioso, bom  para casar, ter filhos ou começar um negócio novo, porque o aspecto do Dragão benevolente traz a  boa fortuna e a felicidade. Será bom para os negócios e o dinheiro pode ser gerado ou obtido facilmente. 




DRAGÃO de ÁGUA - Um personagem mitológico carregado de sucesso e de sorte, mas totalmente imprevisível. É um tipo de Dragão Imperador que favorece o melhor crescimento e a expansão, principalmente em questões espirituais. A água é calma e benéfica, mas também pode arrastar e afundar, engolindo os planos que não estejam bem fundamentados.
O ano do Dragão de Água traz a todos uma dose de energia extra. A busca pelo autoconhecimento, a família, os estudos e o romantismo serão valorizados. No aspecto negativo, a diplomacia e a conciliação poderão ser colocadas em segundo plano e os desentendimentos virão por conta da arrogância. O ano traz experiências e oportunidades, mas mudanças e possíveis desastres naturais nos exigirão sabedoria e capacidade de adaptação. 
(trecho extraído de http://vidaeestilo.terra.com.br/esoterico)


Postado por Fabiana Strambio



sábado, 21 de janeiro de 2012

AMOR E SEU TEMPO

Sem título - Rosan

AMOR E SEU TEMPO


"Amor é privilégio dos maduros
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.

É isto, amor: o ganho não previsto,
o prêmio subterráneo e corruscante,
leitura de relâmpago cifrado,
que, decifrado, nada mais existe

valendo a pena e o preço do terrestre,
salvo o minuto de ouro no relógio
minúsculo, vibrando no crepúsculo.

Amor é o que aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência herdada, ouvida.
Amor começa tarde."
(Carlos Drummond de Andrade)







Rosanna Pavesi/jan.. 2012

sábado, 14 de janeiro de 2012

SOLIDÃO SOLITUDE


O Ninho - Rosan



SOLIDÃO SOLITUDE


Solidão infinita, na ausência de espaço
Solidão eterna, na ausência de tempo...

Solidão de energia, de gestação criadora
Feita de silêncio, suspensa no tempo e no espaço.

Solidão de paz, de saudades
De falta, de aconchego
De águas calmas
Solidão acolchoada.

Silêncio cheio de sons
Vazio cheio de sentir
Contentamento de estar consigo.

Solidão do início de tudo, do sem fim
Da busca, da dúvida, do questionamento
Da certeza sentida, às vezes só intuida...

Solidão alimento
Solidão procurada, nem sempre encontrada
Solidão de crescimento, não de esquecimento.

Solidão eterna, na ausência de tempo...
Solidão infinita, na ausência de espaço...

Companheira da alma
Alimento da vida...

(Rosan)


Rosanna Pavesi/janeiro 2012


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

SOLIDÃO SOLITUDE...


Cidade de Gelo - Rosan

SOLIDÃO SOLITUDE...




 Como substantivos, as palavras solidão e solitude significam exatamente a mesma coisa, sendo que solitude é um termo mais de uso poético para se falar e escrever sobre solidão...

 A meu ver, a solidão em si não é nem boa nem má, nem agradável nem desagradável, nem positiva,nem negativa, nem certa ou errada... Ela simplesmente é...

Somos nos que a adjetivamos e qualificamos, a partir daquilo que sentimos, em geral de forma intolerante ou até pejorativa., quando ela nos visita... Somos nos que  a vivemos como desassossego, ou desespero, angustia, isolamento, tristeza, depressão e assim por diante.
Na verdade, o sentimento que acompanha a solidão é nosso, não da solidão em si.

É frequente a solidão nos visitar quando nos sentimos incompreendidos, ou não aceitos, não amados, quando "estamos em crise", quando temos decisões a tomar, escolhas a fazer, caminhos a corrigir.
Isso porque talvez - só talvez - seja só na quietude, no silêncio, no estar a sós consigo mesmo que a resposta a nossos dilemas possa surgir? Antes de compartilhar com outros? Mas, às vezes, é exatamente nessas horas que, diante da solidão, fechamos a porta e lançamos mão de dois mecanismos:

- ou nos isolamos demais, nos fechamos em um casulo, a suportamos esperando que passe, sentindo-nos a mais miserável das criaturas
- ou tentamos fugir, mergulhamos frenetica e vorazmente no mundo, ou ocupamos cada minuto de nosso tempo com tarefas, para não pensar, para fazer de conta que tudo está bem...

Assim, frequentemente perdemos uma oportunidade impar de estar com a solidão, perguntar a que ela veiu, dar-lhe hospitalidade, falar com ela, pois em geral ela sempre tem um propósito. Ao fugir dela, descobrimos que ela nos persegue.
A solidão pode ser uma companheira preciosa em alguns momentos da vida, uma oportunidade impar de transformar um acontecimento em uma experiência  psicológica, afetiva, enriquecedora, transformadora e criativa. Talvez melhor seria deixar-se afetar por ela, deixar que ela nos atravesse e nos modifique com sua passagem por nos.

Como seria então olhar para a solidão de forma criativa e poética?

Ao propor uma forma poética de olhar para a solidão, uso aqui o termo solitude como adjetivo do substantivo solidão, com a finalidade de valorar, qualificar, definir, especificar o que seria  esse tipo de solidão...

Não uma solidão qualquer, mas sim uma Solidão solitude...

Para mim, uma solidão solitude é um estado da alma poético, acolhedor, acalentador, um travesseiro fofo para descançar, prantear, fazer lutos - quando e se necessário - mas também para divagar, devanear, sonhar, psiquear, criar, "futurar", enfim um estado da alma criativo,  in-quietude e silêncio...

                Comparo a Solidão Solitude a um  "Solitário": "Aquela joia em que se engastou
                                  uma só pedra  preciosa, especialmente o diamante. "

                                            Pedra única, pedra orfã, pedra solitária....


Rosanna Pavesi/Janeiro 2012

domingo, 1 de janeiro de 2012

FELIZ OLHAR NOVO!!!

Borboletas - Rosan



FELIZ OLHAR NOVO...
(Carlos Drummond de Andrade)


"O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho da sua história.
 O grande lance é viver cada momento como se a receita da felicidade fosse o AQUI e AGORA.

Claro que a vida prega peça. É lógico que, por vezes, o pneu fura, chove demais...
Mas, pensa só: tem graça viver sem rir de gargalhar pelo menos uma vez ao dia?
Tem sentido ficar chateado durante o dia todo por causa de uma discussão na ida ao trabalho?

Quero viver bem.
O ano que passou foi um ano cheio, mas também cheio de problemas e desilusões. Normal.
Foi cheio de coisas boas e realizações.
Às vezes se espera demais das pessoas. Normal.
A grana que não veio; o amigo que decepcionou; o amor que machucou. Normal.
O próximo ano não vai ser diferente.

Muda o século, o milênio muda, mas o homem é cheio de imperfeições,
a natureza tem sua personalidade que nem sempre é a que a gente deseja, mas e aí?
Fazer o quê? Acabar com seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança?

O que eu desejo para todos nós é sabedoria!
E que todos saibamos transformar tudo em uma boa experiência!

Que todos consigamos perdoar o desconhecido, o mal educado.
Ele passou na sua vida.
Não pode ser responsável por um dia ruim...

Entender o amigo que não merece nossa melhor parte.
Se ele decepcionou, passe-o para a categoria três, a dos colegas...
ou mude de classe, transforme-o em conhecido.
Além do mais, a gente, provavelmente, também já decepcionou alguém.

O nosso desejo não se realizou?
Beleza, não tava na hora, não deveria ser a melhor coisa pra esse momento
(me lembro sempre de um lance que eu adoro:
Cuidado com seus desejos, eles podem se tornar realidade).

Chorar de dor, de solidão, de tristeza faz parte do ser humano.
Não adianta lutar contra isso...
mas se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com generosidade,
as coisas ficam diferentes.

Desejo para todo mundo esse olhar especial."
 (Carlos Drummond de Andrade)
(grifo nosso)






O texto acima me foi encaminhado por Ione Irulegui e achei sua publicação apropriada para o primeiro dia de 2012...

O poeta tem razão... Não é 2012  - ou qualquer outro novo ano - que tem a obrigação de ser diferente, mas sim nosso olhar sobre o mundo, as pessoas, as coisas...
Não se trata de resignação, do tipo "fazer o que... nada vai mudar mesmo...", nem de conformismo ou aceitação passiva.
Talvez se trate mais, se não de sabedoria, pelo menos de escolher não levar tudo a ferro e a fogo, não fazer de tudo o fim do mundo ou  uma tempestade em copo d`água:  uma determinação no uso de peso e medidas diferentes...
Talvez possamos tentar ser um pouco mais generosos e tolerantes conosco e com os outros?

Não sei... Pode ser... E que seja!


Rosanna Pavesi/01 de janeiro de 2012