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UMA ABORDAGEM AO SONHO – POR
PATRICIA BERRY.
A Editora Vozes acaba de
lançar o livro “O Corpo Sutil de Eco –
Contribuições para uma Psicologia
Arquetípica” por Patricia Berry.
(Original:
”Eco´s Subtle Body–Contributions to an Archetypal Psychology”,
Spring
Publications, Second revised and expanded edition, 2008).
Não tenho ainda a edição em Português, somente em inglês,
na segunda edição ampliada e revisada de 2008.
É um livro que, a meu ver, merece ser conferido...
Relato, a seguir, um breve resumo de uma parte do texto dedicado a sonhos...
IV - UMA ABORDAGEM AO SONHO...
(...) Cada analista possui,
inevitavelmente, seu próprio estilo,
sendo que sua abordagem a um sonho também
inevitavelmente refletirá seu estilo...
Berry identifica 07 estilos de
analistas...
Pessoalmente, não me
identifiquei com nenhum deles,
de forma que eu vou acrescentar um oitavo
estilo, o terapeuta maiêuta
(do grego, maiêuta = parteira), aquele que assiste
alguém a dar à luz,
que auxilia o outro no parto de um novo conteúdo, de algo
novo, de si mesmo,
que é o estilo com o qual me identifico.
A finalidade de Berry é
oferecer um instrumento para apanharmos
mais precisamente nossas ideias
subjacentes presentes quando olhamos para um sonho
e criar uma autoconsciência
interpretativa sobre o que estamos colocando em prática
e como colocamos
em prática nossa teoria, cientes de nossos “pontos cegos” e limites
(interpretar nossas próprias interpretações...) sem nunca perdermos nossa
sensibilidade.
Premissa básica:
Um sonho é algo em si e por si
mesmo.
É um produto imaginal. É uma imagem.
Idealmente:
Descobrir o que a imagem quer
e daí determinar nossa terapia.
O QUE QUEREMOS DIZER POR
IMAGEM?
(Desmontagem e Análise da
Imagem)
I – IMAGEM
·
Passar do modo perceptivo (natural) ao modo
imaginativo
·
Atentar para as seguintes características da
imagem:
Sensualidade
qualidades sensoriais
da imagem
Textura
seguir e sentir sua
tecedura
Emoção
o tom, a qualidade da emoção
Simultaneidade
tudo é dado de uma
vez só
Intra-Relações
todos os elementos do
sonho estão de alguma maneira conectados
Valor
algumas imagens são mais
potentes, mais atraentes que outras
Estrutura
relações estruturais; as
imagens de certa forma dependem umas
das outras para seu significado
II – IMPLICAÇÃO
·
Atentar para:
Narrativa
estrutura dramática,
cenário, desenvolvimento, peripetéia, lysis
Amplificação
semelhanças pela
essência
Elaboração
a elaboração do sonhador
conta-nos mais sobre o sonhador
do que sobre o sonho – é
ego-sintônica;
cuidado para não perder as sutilezas de uma
figura onírica em si
Repetição
semelhanças de todo e
qualquer tipo que mostram
um tema dentro do sonho
Reafirmação
re-contar, deixar que o
sonho soe novamente,
enfatizar a qualidade metafórica, as nuances
III – SUPOSIÇÃO
·
Atentar para:
Causalidade
o sonho como imagem NÃO faz
nenhuma afirmação causal.
Os eventos são conectivos sem
serem causais,
como na pintura ou na
escultura
Avaliação
no nível da imagem, qualquer afirmação positiva/negativa,
juízo de valor, avaliação NÃO
se aplica,
pois a imagem simplesmente é.
Generalização
um sonho é uma afirmação específica de uma constelação particular,
de
forma que qualquer tentativa de generalização é uma mera
suposição.
Especificação
ao invés de ampliar o contexto do sonho,
a especificação refere-se a seu
estreitamento para uma aplicação específica (...)
Baseado nas sugestões da própria autora, eu me permito acrescentar:
NÃO:
explorar a imagem em função daquilo que assumimos
serem nossos objetivos
terapêuticos.
SIM:
respeitar o imaginal...
FALAR
COM OS SONHOS, EM SUA PRÓPRIA LINGUAGEM,
ONIRICAMENTE...
(ao
invés de “falar de sonhos”...)
Rosanna Pavesi/Novembro 2014
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