Fonte: WEB
SE EU PUDESSE...
"(...) Até que ponto escolhemos aquilo em que acreditamos?
É difícil saber como é com cada um.
Às vezes tenho a impressão de que existem pessoas capazes de acreditar
em praticamente qualquer coisa:
portam-se como consumidores a comprar ou descartar
no mercado das crenças aquilo em que acreditam -
ou pelo menos dizem acreditar, até para si mesmas -,
como se optassem por um programa na TV ou marca de dentifrício.
Como conseguem ser tão maleáveis?
Mas existirão pessoas assim, é o que me pergunto -
gente com o dom de ligar ou desligar aquilo em que convém acreditar?
Francamente não sei...
Só o que sei - e disso estou seguro - é que - se tal dom existe,
eu definitivamente não o possuo.
Comigo não é assim...
Fonte: WEB
Se eu pudesse escolher livremente aquilo em que acredito,
preferiria acreditar:
- que a Terra é o centro do universo, e não uma parte insignificante dele;
preferiria acreditar:
- na existência de alguma forma de providência que zelasse
pelos nossos destinos pessoais e coletivos;
preferiria acreditar:
- na perenidade da alma após a morte e na recompensa dos justos
e na punição dos atrozes;
acreditaria que basta crer na minha liberdade de escolha
para que ela de fato exista...
E não obstante - será preciso dizer? - não creio.
Sem título - by Rosan
A lista poderia seguir, mas nada acrescentaria.
O fato capital é simples: querer acreditar não basta.
Há uma fenda que separa aquilo em que se pode acreditar -
o domínio do crível -
e aquilo em que se tem vontade de acreditar, ou seja,
aquilo em que se acreditaria, com sinceridade, alegria e boa-fé, se fosse possível.
Por mais que isso fira o nosso conforto espiritual
ou mortifique as pretensões humanas,
o desejo de acreditar não pode subjugar o impulso de investigar e descobrir..."
(E. Giannetti em "A Ilusão da Alma - Biografia de uma Ideia Fixa"
Companhia das Letras - 2010)
Fonte: WEB
Assim como o autor, teria vontade de acreditar em diversas coisas,
a vida talvez seria mais fácil, ou mais simples?
Mas seria?
Não creio...
Rosanna Pavesi/Maio 2017
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