quarta-feira, 16 de agosto de 2017

SOBRE MORALIDADE...

                                                                 Carl Gustav Jung - Fonte: WEB



SOBRE MORALIDADE...

A contribuição de Jung no campo da ética e da moralidade era do ponto de vista
de um analista e psiquiatra:
"Por trás da ação de um homem não se encontra nem a opinião pública
nem o código moral, mas sim a personalidade da qual ele ainda
é inconsciente" (CW 11, par.390)

Em outras palavras, o problema da moral se apresenta psicologicamente 
quando uma pessoa encara a questão de saber no que ela pode se tornar
em comparação com o que ela irá se tornar se determinadas atitudes
forem mantidas, decisões tomadas ou ações estimuladas SEM REFLEXÃO.


Sem título - by Dirce Schueler


Jung afirmava que a moralidade não é invenção da sociedade,
mas sim inerente às leis da vida.

É um homem agindo com consciência de sua própria responsabilidade moral
para consigo mesmo que cria a cultura, e não o inverso.


Fonte: WEB


Jung sugeria que era um princípio de individualidade inato que compele
toda pessoa a fazer julgamentos morais em concordância consigo própria.

Esse princípio, composto de uma responsabilidade primária para com o ego
por um lado, e - pelo outro - em relacionamento com as exigências supra-ordenadas do self
(no que uma pessoa pode se tornar) é capaz de fazer as mais arbitrárias
e penosas solicitações.

Estas parecem ter pouco ou nenhum sentido ou referência aos padrões do coletivo
e, contudo, mantêm um equilíbrio com a sociedade.
O resultado de tomar uma decisão consciente de capitular ou renunciar
(dar em sacrifício) uma posição do ego pode aparentemente trazer
uma satisfação exterior pouco pessoal e imediata,
MAS 
estabelece uma correção das coisas de forma psicológica;
isto é, "funciona", usando a expressão de Jung.

Ela restaura um equilíbrio entre forças conscientes e inconscientes.



by P. Klee - Fonte: WEB


Qualquer encontro com um arquétipo apresenta um problema moral.
Este se torna tanto mais difícil quando o ego é fraco e indeciso
em relação à atração numinosa exercida pelo próprio arquétipo.

O arquétipo do self pode vir a fazer exigências imperiosas e autoritárias.
O que Jung parece dizer é 

ser possível dizer um "não" consciente à autoridade do self;

também é possível agir em conformidade com o self.

Porém, tentar ignorar ou negar o self é imoral porque nega 
o único potencial de alguém para ser.

Estas ideias são compatíveis com a teoria básica junguiana dos opostos;
fundamentalmente,é o conflito entre os opostos que 
coloca o problema moral à personalidade...

(Fonte: Dicionário Crítico de Análise Junguiana - 
Andrew Samuels, Bani Shorter, Fred Plaut - Imago)



A Chuva - by Rosan


Sacrifício... Tornar sagrado...
O ato de renúncia é equivalente ao reconhecimento  de
um princípio supra-ordenado à consciência presente de um individuo...

Em algum momento da vida cada um de nós será eventualmente chamado ao sacrifício;
isto é, a renunciar a uma atitude psicológica apreciada, neurótica ou de outra natureza.
Em cada caso, é provável que a exigência seja maior que a de uma adaptação ocasional.
Uma parte essencial do preço que pagamos para sermos humanos...

Ao mesmo tempo, Jung sempre salientava a importância de mantermos uma 
atitude crítica e fazer "o possível" tão só...

Rosanna Pavesi/Agosto 2017

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